18 março 2008

Arte e Sabor Mosense no Desfile Etnográfico

Foz Côa saboreou a tradição, nas “Bôlas de Azeite” das Mós.

No desfile etnográfico da XXVII Edição da Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios Mundiais realizado no passado dia 9 de Março em Vila Nova de Foz Côa, a arte e o sabor mosense estiveram de mãos dadas nos dois carros alegóricos apresentados pela Associação de Cultura e Recreio “As Mós”.
“As Mós em Miniatura” e “A Bôla de Azeite”, dois carros carregadinhos de simbolismo, conquistaram rasgados aplausos aos milhares de visitantes que enchiam nesse domingo as ruas de Foz Côa e acabariam por merecer do júri, entre os 34 carros participantes, a classificação de Bom e de Muito Bom.
No primeiro carro, as recreações artesanais de Aristides Fernandes, aludindo espaços em miniatura como: a Igreja Matriz, a Capela de Santa Bárbara e de Santo António, o Largo do Terreiro e o chafariz, a Fonte do Barreiro ou o Chalé das Mós, a par de representações humanizadas como: a procissão da Sra. da Soledade, o fiar o linho, o fazer o queijo, o fazer o azeite no lagar de varas, a moagem dos cereais ou do sumagre na Atafona, o lavrar a terra, o lavar a roupa no tanque ou o ferrar da besta no largo do tronco, pareciam tomar vida própria, transportando na beleza da sua simplicidade a nostalgia dos dias felizes vividos na aldeia. “... nestas peças a simplicidade aparece como a consequência natural da elevação dos sentimentos e de todos eles, o mais presente é a saudade, a memória do coração. (...) se observarmos, atentamente, algumas das reconstituições miniaturais de Aristides Fernandes, ficaremos a perceber melhor como a saudade pode funcionar como forja onde se aguçam não só as faculdades inventivas e criativas mas também as recreativas”. (José G. Quadrado)
No segundo carro, numa cozinha antiga com mobiliário e apetrechos da época onde não faltava as panelas de ferro à lareira nem as paredes forradas com jornais, pela Senhora Jesus e pela Ana Maria, lá iam sendo feitas ao lume as bôlas de azeite das Mós. Uma verdadeira delícia de fazer crescer água na boca.
- Oh! Minha tia dê-me uma bôlinha!... Alguém rogava o prazer de uma bôla de azeite esperando vir a ser uma das contempladas já que era sabido elas não chegavam para todos. O Escano (onde gozando o serão iam sentados o Ti Adriano, o Rui Solteiro e a Tia Amélia Ferreira com o “menino” ao colo), o Alqueire (que também serviu de berço), o Cesto de verga (aqui cesto de lenha), o Fumeiro (pendurado na chaminé elaborada pelo Ti Acácio Barandas), e as Mantas de Farrapos (espalhadas no soalho), faziam parte deste quadro tradicional que tanta atenção despertou no público.

No fim, para que a festa continuasse, convidaram-se os amigos para a merenda. Aí, ainda que a tarde estivesse fresca, outros sabores se juntaram. Acenderam-se os corações... E celebrou-se a amizade.
Juntando a este o êxito que foi o stand instalado na ExpoCôa 2008, fica para a história uma das mais brilhantes participações da A.C.R. “As Mós” na Festa da Amendoeira em Flor.
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Comments:
Bem merece o reconhecimento todo o trabalho desenvolvido por esta gente.
 
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