20 novembro 2005

Os Exemplares Autarcas das Mós

Crónica das Mós
OS EXEMPLARES AUTARCAS DAS MÓS
Depois de (durante várias semanas) a comu­nicação social ter dado grande relevo a maus exemplos de gestão e de reeleição autárquicas, finda a campanha e conheci­dos os resultados, apetece-me atirar uma pequena pedrada no charco, apresentando aos meus pacientes leitores testemunhos dos desempenhos e da gestão exemplares dos membros da Junta de Fre­guesia das Mós, do concelho de Foz Côa. E a última prova do reconhecimento popular destes exemplares comportamentos, surgiu no dia do apuramento dos resultados eleitorais: a junta de Freguesia foi reeleita com 70% dos votos! Antes de prosseguir, devo informar que nas Mós não me restam outros interesses além dos de ordem cultural e sentimental. E porque assim é, ao enaltecer os referidos desempenhos, servindo-me de diversos testemunhos, estou simplesmente a obedecer a um ditame, ou dito doutra maneira: estou a proceder a uma desobrigação ditada pela minha própria cons­ciência. Algumas das razões que levaram a gente das Mós a sufragar de maneira tão expressiva a obra levada a cabo pela Junta de Freguesia, aparecem descortina­das nos 77 versos da poetisa popular, senhora Celes­te Castedo, datados de Dezembro de 2003 e publica­dos, depois, no jornal O Fozcoense. Nos primeiros 20 destes versos, começa a tecer repetidos louvores à Junta, nomeando alguns dos seus membros ("Luís, Jaime e Engenheiro") por terem tornado mais "bonito e encantador o nosso Terreiro". E também mais cómodo, por lá terem mandado colo­car bancos "para os idosos se sentarem" e continua:
"Estão a ser incansáveis, 
De toda e qualquer maneira, 
Foi a Junta que reclamou 
Vir novamente a carreira." 
Nos versos seguintes agradece o facto de a Junta ter conseguido que os residentes passassem a pagar as suas contribuições, o telefone, a água e a luz; nas Mós, evitando assim repetidas idas a Foz Côa. E depois prossegue:
"Estão a ser muito generosos 
E devem continuar: 
É reparar para os tanques 
Onde as mulheres vão lavar. 
A Junta está de parabéns, 
Até este momento, 
Pelos melhoramentos que fez, 
Durante tão pouco tempo. 
Todos eles estão à vista, 
É escusado dizê-lo. 
Se alguém diz o contrário, 
Isso é dor de cotovelo." 
Voz do povo é voz de Deus. Mas também não fal­tam louvores vindos de gente erudita. Saliento os que li no Notícias de Freixo de Numão, num artigo intitulado "Autarcas Exemplares" de autoria do seu digno director, Senhor Dr. António Sá Coixão, todo ele dedicado aos exemplares desempenhos e à coe­são dos membros da Junta de Freguesia e à notável interacção existente entre esta e a prestimosa Asso­ciação Cultural e Recreativa As Mós. Este avisado e insuspeito articulista fundamenta a sua apreciação em factos, que estão à vista de quem os quiser ver: os progressivos benefícios materiais que melhora­ram as condições de vida da população; os múltiplos eventos culturais e recreativos ali levados a cabo gra­ças à referida interacção das duas instituições. Acresce, ainda, que foi através da leitura deste precioso artigo que tomei conhecimento de gestos de singular generosidade: os valores pagos a mem­bros executivos da Junta das Mós, revertem a favor das obras que beneficiam toda a Comunidade! E o mais admirável, no meio de tudo isto, é que este altruísmo aconteça nas Mós sem qualquer manifes­tação de alarde ou presunção! Num dos meus escritos chamei a toda esta gente beneméritos e o senhor José Alberto Grifo - que afa­nosamente reparte a sua actividade pelas duas insti­tuições - achou excessivo o adjectivo. Talvez... Mas quem continua a contribuir, desta maneira, para a evolução da obra acima referida e/ou quem conti­nuamente se sacrifica para elevar a qualidade dos eventos que tanto regozijo provocam em residentes e ausentes, bem pode acalentar a esperança de um dia o seu nome vir a constar do quadro de honra dos grandes beneméritos da povoação, onde já têm lugar destacado personalidades como: António Augusto de Oliveira Mendes, professor José António Saraiva, Dr. Joaquim Augusto Castelinho e padre Armando dos Santos Ribeiro. Eu sei que a maioria daqueles esforçados mosenses se diverte e trabalha com alegria e prazer em prol do engrandecimento da povoação e da confraternidade entre naturais e os amigos das Mós. Mas este facto em nada belisca o mérito das respectivas acções, desde que entre os elementos activos não haja quem por egoísmo ou sede de protagonismo possa afectar a coesão de todos, contribuindo para a esmorecimento da capacidade de agregar esforços que tão bons resultados tem produzido
Algés (Oeiras), 20 de Outubro de 2005
José Gomes Quadrado

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