24 abril 2011
Agradecimentos: Dia 23/Abril
Agradeço publicamente a todos quanto, de uma forma ou de outra, contribuíram para que o momento de ontem (23/Abril, 16h30 na Junta de Freguesia de Mós) tenha sido um dos mais belos momentos vividos e sentidos por mim.
Em nome do Professor Mário Anacleto, agradeço de igual forma, toda a homenagem prestada e as palavras verdadeiramente sentidas ditas à sua obra e ao seu valor.
De igual forma, o que foi referido em relação a mim....
Agradeço as presenças honradas dos Representantes da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, Presidente da Junta de Freguesia de Mós, do Governador Civil da Guarda, do Padre Ferraz- Arcipreste de Foz Côa, à ACDR de Freixo de Numão- Dr. Coixão, e restantes figuras publicas presentes.
Agradeço também a todos os amigos, familiares e Mosenses no geral...
Agradeço também a todos os amigos, familiares e Mosenses no geral...
A Freguesia de Mós, está de parabéns pela organização elegante, pela forma hospitaleira e calorosa como acolheu este evento.
Uma vez mais, se exaltou a beleza das coisas feitas com amor e o valor das pessoas simples e naturais.
Ontem, foi o Dia Mundial do Livro. E foi o dia que as obras "A Caminho de Santa Bárbara" e "Trovador do Douro" foram apresentadas. O Grande dia chegou: o grande dia para o Professor Mário Anacleto e para mim também.
E assim foi.
Honra-me por tudo isso, ter sido fiel no seu desejo, acima de tudo!
Tenho a certeza absoluta, que a nossa Obra vai fazer muitos sorrisos no rosto e no coração de muita gente e algumas lágrimas de emoção também.
Senti e sinto convictamente, que um homem continua vivo enquanto o lembrarmos e enquanto dele falarmos.
E duma coisa tenho a certeza absoluta: em Mós, "Entre montes e vales, numa terra árida e rochosa, de pó seco e trovoadas majestosas... de chuvas, de ventos fortes, de granizos e neves... de amendoeiras em flor e campos de papoilas e cardos agrestes, onde Santa Bárbara é padroeira e habita lá num alto....", "... na terra onde nunca passou Cristo...", MÁRIO ANACLETO continuará vivo manifestando a sua sensibilidade e sensualidade na beleza das flores do campo, na harmonia linhas dos vales e nas curvas do Rio Douro. E a sua voz será os Ecos do Montes na sinfonia do silêncio da Mãe Natureza.
Obrigada Professor Mário Anacleto!
Obrigada a todos.
24/Abril/2011
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Mensagem do meu coração
Encosto à janela minha face pousada nas minhas mãos. Olho através da vidraça, faz calor. Uma lágrima furtiva rola até ás mãos...solto-me desta minha realidade e deixo-me vaguear por aqui e por ali. Mas...que saudade tão no hoje! De passado que embora longe faz-me sentir o cheiro a terra quente, o trautear do burrinho nas fragas,os sininhos do rebanho pela montanha acima, o eco da voz do pastor empurrando seu gado, o galo que canta e o som do sino da igreja...Tudo está ali em meu coração! Tudo tão presente! Movo meu corpo e entro na cozinha. Logo me vem o cheiro daquela sopa que dentro da panelinha de ferro pousada nos seus três pés deixa enalar o cheiro a grão...
Sinto muita saudade! saudade de meus avós que pela força das circunstâncias só via durante um pequeno período quando estava de férias.
Mas que ansiedade eu sentia na aproximação desse mês, Setembro, quando já de férias esperavamos o combóio em S. Bento e embarcando, só chegariamos à estação de Freixo de Nunão ao cair da tarde! Tremia ao aproximar da estação. Depois avistavamos o avô Manuel, santo homem, paciente, que a ninguém fazia senão cumprir todas as obrigações para que nada nos faltasse!
Manhã cedo, ainda madrugada e a Lua ainda de atalaia, saía ele com dois cantaros em cima do burrinho apanhar na mina, copo a copo a àgua para bebermos. De volta traria belos cachos de uvas dependurados no assento do burrinho. Que bom estar ali... e ainda estou, pois este sentir atirou-me para tempo que está para trás e tão distante.
Iriamos ter a festa da aldeia. Eu ía calçar sapatos novos, vestir um vestido novo. E que ansiedade por esse dia!
Fazia muito calor... e que divertido!
Manhã cedo, sentia-se a frescura da alvorada, todos se levantavam mais cedo do que de costume, pairava no ar uma leveza em que todos acreditavam... a Senhora da Soledade iria aparecer aos olhos de todos, aquela Santa que tudo cumpriria, consoante os pedidos de seus crédulos. Toda a aldeia parecia ter um perfume especial, um perfume que sinto cada vez que revivo estas situações.
Na hora de almoço juntava-se a família, comia-se melhor que em qualquer outro dia. Havia festa e todos os habitantes se iriam encontrar no terreiro. Todos ansiavam pela altura do leilão que revertiria a favor da comissão da festa...dançava-se...muita gente, principalmente emigrantes que estavam ali a viver os melhores dias de um ano fora, de trabalho duro.
Salto de imagem...e... que beleza! subi um pouco a encosta de casa de meus avós e deparo-me com um natureza fulminante! Meu coração parece parar! Do cimo da serra, mesmo em frente, outra serra, só se veem oliveiras e vinha. Entre as serras corre o rio Douro, bem apertadinho pela serrania que, de inveja, o vão apertando e é vê-lo fugidiamente saltar de um lado para outro dando ainda mais beleza à paisagem, contornando o sopé das montanhas. Sento-me no chão, olhando esta colossal natureza. Minha mente vai gravando e tranferindo para o meu coração este segredo que guardo em mim; a natureza com toda a sua plenitude, o amor dos avós, o meu sentir de criança e depois de jovem que agora já em idade em que a sabedoria vai alta, me dá o filme mais confortante e real que um ser humano pode viver. Feliz de quem viveu momentos iguais!
Limpo a lágrima furtiva, suspiro pela saudade e agradeço a meu coração pela conservação de tão sublime segredo que guardo...
Maria Helena Quartas Esteves (irmã de Maria Cristina)
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Encosto à janela minha face pousada nas minhas mãos. Olho através da vidraça, faz calor. Uma lágrima furtiva rola até ás mãos...solto-me desta minha realidade e deixo-me vaguear por aqui e por ali. Mas...que saudade tão no hoje! De passado que embora longe faz-me sentir o cheiro a terra quente, o trautear do burrinho nas fragas,os sininhos do rebanho pela montanha acima, o eco da voz do pastor empurrando seu gado, o galo que canta e o som do sino da igreja...Tudo está ali em meu coração! Tudo tão presente! Movo meu corpo e entro na cozinha. Logo me vem o cheiro daquela sopa que dentro da panelinha de ferro pousada nos seus três pés deixa enalar o cheiro a grão...
Sinto muita saudade! saudade de meus avós que pela força das circunstâncias só via durante um pequeno período quando estava de férias.
Mas que ansiedade eu sentia na aproximação desse mês, Setembro, quando já de férias esperavamos o combóio em S. Bento e embarcando, só chegariamos à estação de Freixo de Nunão ao cair da tarde! Tremia ao aproximar da estação. Depois avistavamos o avô Manuel, santo homem, paciente, que a ninguém fazia senão cumprir todas as obrigações para que nada nos faltasse!
Manhã cedo, ainda madrugada e a Lua ainda de atalaia, saía ele com dois cantaros em cima do burrinho apanhar na mina, copo a copo a àgua para bebermos. De volta traria belos cachos de uvas dependurados no assento do burrinho. Que bom estar ali... e ainda estou, pois este sentir atirou-me para tempo que está para trás e tão distante.
Iriamos ter a festa da aldeia. Eu ía calçar sapatos novos, vestir um vestido novo. E que ansiedade por esse dia!
Fazia muito calor... e que divertido!
Manhã cedo, sentia-se a frescura da alvorada, todos se levantavam mais cedo do que de costume, pairava no ar uma leveza em que todos acreditavam... a Senhora da Soledade iria aparecer aos olhos de todos, aquela Santa que tudo cumpriria, consoante os pedidos de seus crédulos. Toda a aldeia parecia ter um perfume especial, um perfume que sinto cada vez que revivo estas situações.
Na hora de almoço juntava-se a família, comia-se melhor que em qualquer outro dia. Havia festa e todos os habitantes se iriam encontrar no terreiro. Todos ansiavam pela altura do leilão que revertiria a favor da comissão da festa...dançava-se...muita gente, principalmente emigrantes que estavam ali a viver os melhores dias de um ano fora, de trabalho duro.
Salto de imagem...e... que beleza! subi um pouco a encosta de casa de meus avós e deparo-me com um natureza fulminante! Meu coração parece parar! Do cimo da serra, mesmo em frente, outra serra, só se veem oliveiras e vinha. Entre as serras corre o rio Douro, bem apertadinho pela serrania que, de inveja, o vão apertando e é vê-lo fugidiamente saltar de um lado para outro dando ainda mais beleza à paisagem, contornando o sopé das montanhas. Sento-me no chão, olhando esta colossal natureza. Minha mente vai gravando e tranferindo para o meu coração este segredo que guardo em mim; a natureza com toda a sua plenitude, o amor dos avós, o meu sentir de criança e depois de jovem que agora já em idade em que a sabedoria vai alta, me dá o filme mais confortante e real que um ser humano pode viver. Feliz de quem viveu momentos iguais!
Limpo a lágrima furtiva, suspiro pela saudade e agradeço a meu coração pela conservação de tão sublime segredo que guardo...
Maria Helena Quartas Esteves (irmã de Maria Cristina)
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