11 junho 2006

Postais das Mós (IV)

(continuação)
"Os dois primos protestam. E a ordem só é restabelecida com o regresso da avó, que vem sentar-se, sobre as pernas em cruz, na sua esteira, para "trabalhar na meia". O rapazinho passa a cirandar em redor dela, pedinchando:
- Minha avó, conte-me um conto...
- "Por via dos contos, trago a barriga cheis de pontos"...
- Está arrenegada connosco? - pergunta, com alguma preocupação, o pequeno.
E o neto mais velho, de caçoada, "conta":
- "Era uma vez, um velho, uma velha e uma cabra que fizeram uma cama de gaimões. Deitou-se o velho, não caiu a cama; deitou-se a velha, não caiu a cama; deitou-se a cabra, caiu a cama. Quem teve a culpa?"
- Tá quieta ruça... Ajeita a canga! Desse mal que eu o diga... - e continua:
- Minha avózinha, conte-nos um conto...
Intervém o mais velho, que pergunta:
-Ó minha avó, como é aquela adivinha das botas e dos sapatos?
A avó tira um gancho do cabelo e espevita a torcida da candeia, e ao mesmo tempo vai respondendo:"
(continua)
(J.G.Quadrado)

Comments:
Em cada canto, o encanto sonhado; passado, mas ao encontro do céu da esperança.
 
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