17 junho 2009

O VII ENCONTRO/CONVÍVIO DOS NATURAIS E AMIGOS DAS MÓS

Por decisão dos dirigentes da A. C. R. “As Mós”, este evento teve lugar num espaço aprazível da Quinta do Vaquinhas, situada na Charneca da Cotovia, concelho de Sesimbra, recinto graciosamente cedido pelos seus beneméritos proprietários, após as necessárias diligências desenvolvidas por elementos da direcção da Casa do Concelho de Foz Côa, gente que não se fez rogada para continuar a colaborar com a organização deste Encontro de maneira tão generosa que a todos nos deixou penhorados. Como símbolo imperecível desta cooperação ficará o prato de barro com o emblema da Casa do Concelho oferecido à Associação mosense. Bem - hajam eles!
No que ao repasto diz respeito, cada imagem vale por mil palavras…O que não ficou devidamente retratado foi a abnegação de quantos trabalharam para que este Encontro se processasse nas melhores condições possíveis. Para todos eles vão as devidas palavras de louvor. Digno de registo é, também, o contentamento que todos sentimos ao revermos conterrâneos e/ou pessoas amigas, bem como a alegria contagiante que ali se viveu, mormente por parte de muita gente jovem, que com algumas vozes bem afinadas, se mostrou à altura da actuação musical do insubstituível Amigo Carlos Pedro. O facto deste Encontro ter sido realizado no mês de Junho contribuiu para que se notassem algumas ausências, entre as quais avultaram as dos familiares mais próximos dos dois ilustres mosenses que, conforme o previsto no programa, estavam para ser condignamente homenageados a título póstumo. Como as referidas ausências impossibilitaram o ensejo de lhes serem prestados os devidos preitos, o porta-voz da organização, o Amigo José Alberto, através da instalação sonora, recordou os seus inolvidáveis nomes: José Bernardino Cabral, sócio fundador (Nº 1) da Associação e José Carneiro, nome bem conhecido por todos os mosenses seus contemporâneos, por ter sido uma das figuras mais carismáticas das Mós, durante várias décadas do século XX. José António Prata Carneiro, nasceu na povoação das Mós há 85 anos (salvo erro). Filho único duma conceituada família, teve o privilégio de viver toda a juventude num tempo em que a sua querida terra natal passou por grandes transformações económicas e sociais. Sociável como era, conviveu com várias gerações de mosenses, integrando grupos mais ou menos “tertulianos”. E observador muito atento, soube recolher com muita argúcia elementos etnográficos e outros que deixam perceber a vida que então se vivia nas Mós, mormente nos seus aspectos mais lúdicos. E para comprovar isto mesmo, bastará ler as “Recordações” que ele deixou entre as páginas 152 e 158 da última edição da Monografia Histórica que o Dr. Castelinho publicou. Mas a sua colaboração com este seu amigo de sempre não se ficou por aqui. Em 1971, o Dr. Castelinho levou a cabo um primeiro ensaio da “Monografia sobre S. Pedro de Mós do Douro. E da página 8 à página 35, o autor fez deduções históricas e toponímicas com as quais o seu amigo José Carneiro não concordou (e não só). Com o amigo ausente em Angola, José Carneiro manifestou a sua discordância na rubrica “Murmúrios do Cano” publicada nos números 6 e 7 do “Caminheiro”, relativos a Fevereiro e Março de 1972. Com estes dois excelentes artigos convenceu o Dr. Castelinho a retirar as referidas deduções não só do texto da sua Dissertação para o acto de licenciatura em Ciências Históricas, mas também das futuras edições da Monografia Histórica que nos deixou. Antes do fim do Encontro, o autocarro que trouxera os residentes nas Mós levou os seus passageiros a dar uma volta pela zona ribeirinha de Sesimbra e só depois do seu regresso começou a retirada dos participantes. Após o regresso aos respectivos lares, todos ficarão à espera que o espírito de salutar confraternização que aqui prevaleceu volte a revelar-se (ainda com mais vigor, se possível) no VIII Encontro a realizar nas Mós.
José Gomes Quadrado

Comments:
Só a grande amizade é capaz de realizar actos de grandeza.
Parabéns mosenses por mais este acto de amor à terra
 
Fiquei deveras impressionado com o que se passa por esta terra, Mós. Não conheço fisicamente mas levo daqui um grande exemplo de fraternidade.
Continuem com esta força.
 
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