02 julho 2004

Segundo Encontro dos Naturais das Mós

Segundo Encontro Convivio dos Naturais das Mós (Vila Nova de Foz Côa)
Conforme estava programado, a Associação de Cultura e Recreio "As Mós", organizou o segundo Encontro-Convívio, que se efectuou no dia 12 de Junho, no Parque de Merendas de Mogofores-Anadia, sempre com o mesmo objectivo: o encontro dos moenses que vivem dispersos por todas as cidades e localidades do litoral e não só, que apesar de muitos não se verem à dezenas de anos e quantos desde a sua infância, têm de comum o serem da mesma terra e a ela ligados por uma cumplicidade de memórias e de vivências, que mergulham as raízes no mais fundo da sua infância. Esta Associação, tem vindo a empenhar-se na realização de este e outros eventos, afim de pelo menos todos os anos os moenses se encontrem e revivam as suas origens, e certo é que não podendo regressar a esses tempos primordiais, possam recordá-los através da memória. A maioria deslocou-se de comboio e carro, e apenas alguns residentes nas Mós, utilizaram um autocarro, que partiu à 7hOO, seguindo pela bonita Vila-Jardim de Freixo de Numão, Meda, Celorico, fazendo uma breve paragem como pretexto de tomarem um café ou pequeno almoço Depois dessa pausa de 20 minutos, prosseguiu-se, com passagem por Buçaco, havendo algum tempo para contemplar e admirar os espectaculares jardins, Museu Militar e o Mosteiro embelezado com a sua deslumbrante arquitectura. Continuamos até ao Luso, fazendo uma ligeira paragem para saciarmos a sede com aquela água natu­ral e miraculosa, que muitos nunca tinham bebido, aproveitando para algumas compras de recordações para oferecer a familiares e amigos. Às Ilh30, chegamos ao tão ansioso Parque de Merendas. Aí nos esperavam mais de uma centena de moenses e amigos das Mós. A volta das mesas de pedra espalhadas por aquele magnífico Parque de Merendas, coberto por várias árvores de grande porte, que nos deliciavam com a sua sombra fresca, num dia calorento, as pessoas conversavam animadamente, contavam as histórias dos seus tempos de jovens, enquanto os rnais idosos iam desenterrando dos arquivos da memória os maus e bons momentos da sua criação. Como em todos os encontros, passeios e outros eventos não faltaram as febras assadas, frango de churrasco e as deliciosas sardinhas, viradas e reviradas por o Sr. Luis Lúcio, que com a sua perícia de cozinheiro improvisado, todos os seus petiscos têm um paladar especial. Não podemos deixar de salientar a ajuda dos membros da Associação e Junta da Freguesia e voluntários, que com mãos habilidosas as manipulavam sobre as grelhas, enquanto as pessoas se iam servindo, e o Sr. Eng.° Carlos Correia, ia distribuindo o apetitoso aperitivo "vinho muscatel de Favaios". Como todos afirmavam, foi um dia em beleza e um Encontro-Convívio, que marcará a sua vida, especialmente os que pela primeira vê/ participaram, que ficaram com vontade de voltar todos os anos, porque é nestes dias que a nostalgia desses tempos, esquecidos pela sua ausência da terra que os viu nascer e a presença de amigos de infância, lhes faz renascer na memória essa Primavera da Vida que vai e não volta mais. Como não podia deixar de ser, a partir das 15hOO, fomos brindados com a magnífica actuação do "Grupo de Cantares" "As Mós", constituído por senhoras idosas, a maioria com mais de 80 anos, integrando o Sr. Jaime e Alcides, que com os "ferrinhos e bombo" deram mais cor e vida ao Grupo, que com as suas canções tradicionais animaram aquele mar de gente. Não podemos esquecer a lucidez, a memória viva e a voz inédita da D. Celeste, que com os seus 84 anos, foi a principal animadora, tanto durante a viagem no autocarro como no Encontro-Convívio. Ela é a autora da letra, da música, a encenadora de dezenas de canções, versos e poemas, sobre a sua aldeia e as suas gentes. Como é habitual em todos os convívios, o Sr. José Alberto, exemplar apresentador, salientou e enalteceu o talento da D. Celeste, que tem sido a embaixadora da sua terra, levando a todos os cantos da sua região através da suas canções tradicionais a cultura da sua aldeia, que tanto ama. Agradeceu a todos os moenses e amigos das Mós, que embora vivam em várias localidades longe da sua terra, por motivos profissionais, quiseram estar presentes neste convívio. Não esqueceu aqueles que não sendo naturais da sua terra têm contribuído para levar bem longe a cultura e o born nome da sua aldeia. Ao Sr. Carlos Pedro, do Grupo de Cantares "Sol Na Eira - Meda", autor do bonito Hino das Mós, agradeceu o seu contributo assim como de todo o Grupo, que muito têm contribuído para a animação das gentes desta terra. O Sr. José Alberto e todos os membros da Associação, assim como da Freguesia, graças ao seu trabalho desenvolvido e em face do seu espírito resoluto empreendedor, têm conseguido unir entre si toda uma equipa capaz que levou a cabo o desenvolvimento da terra que os viu nascer. Esta aldeia deve estar agradecida pelo trabalho deste homem e toda a equipa de inteiro e completo voluntariado com prejuízo da sua vida privada. É destes homens que tantas aldeias precisam, e é na vida que devem ser homenageados e não depois de mortos.
Comovidamente, terminou com um bem-hajam a todos os participantes e colaboradores que foram muitos, pela projecção e reconhecimento da sua terra Nata!, que tanto ama, gosta e é bairrista. Resta apenas apresentar parabéns a todos os membros da Associação e da Junta da Freguesia, que em estreita colaboração, muito têm contribuído no desenvolvimento cultural desta aldeia!... Também não podemos deixar de enaltecer o civismo e boa disposição de todos os participantes, que com a sua presença enriqueceram e dignificaram este Encontro-Convívio, não faltando com o seu pé de dança, recordando os velhos tempos dos bailaricos nas ruas das suas terras...
Luciano A. Pereira (Em: O FOZCOENSE 1 de Julho / 2004)

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