03 março 2007
O VI Passeio Pedestre das Mós
O VI PASSEIO PEDESTRE DAS MÓS
Com a flor da amendoeira no seu ponto mais belo e previsão meteorológica de que não haveria chuva no domingo dia 18 de Fevereiro, cedo se perspectivou que o VI Passeio Pedestre seria mais um êxito a juntar às realizações da Associação de Cultura e Recreio “As Mós”.
O Terreiro, sala de visitas e de convívio para os mosenses, foi também local de reunião para os sessenta caminheiros que, contrariando a sornice domingueira, se predispuseram usufruir a oportunidade de oxigenação e apreciar a beleza paisagística do trajecto a percorrer. Assim, quando as 10 horas soaram na torre da igreja, iniciou-se aquele que haveria de ser o mais participado passeio de sempre: A Caminhada à Sra. da Veiga.
A saída da aldeia até aos Entre Caminhos fez-se num passo mais acelerado, foi como se a vontade enorme de seguir viagem imediatamente se convertesse num doce (de amêndoa) e, com sofreguidão, se experimentou saborosamente. O perfume e a cor branca-e-rosa dos amendoais em flor do Vale de Saco acabariam por adocicar a caminhada e encurtar distância à idade dos participantes. Os 8 anos do João Grifo e os 82 do António Carvalho (o Roque) fizeram deste passeio um passeio para todas as idades.
No Alto das Campanas, monte sobranceiro ao desfiladeiro por onde suavemente desfilam as águas do Douro, já nas proximidades das Fontaínhas e do Vale do Nedo, a arqueologia foi tema das conversas quando o mestre Sá Coixão apontou o castro ali existente. “Os fragmentos de vasos de porcelana em forma de campanas ou campânulas, encontrados por agricultores nas escavações e arroteamento do terreno, deverão explicar a relação deste topónimo com os objectos referidos. (…) Este lugar terá conservado, através dos tempos, para os habitantes das Mós do Douro, qualquer coisa de enigmático e que a tradição local tem sabido manter.” (1)
As casas da Quinta das Fontaínhas iam ficando já para trás. Da casa de baixo, extraídas da arca velha do tempo, vinham recordações de infância da Dª Ernestina; e do cenário, a ideia adiada de uma fotografia de grupo.
Mais à frente, a necessidade de fazer um compasso de espera até que o comboio passasse (e passou às 11h38) obrigou a que todos os caminheiros se ajuntassem e, assim, porque a passagem era estreita, a descida até à linha de ferro efectuou-se numa perfeita fila indiana. Foi a primeira parte de um espectáculo que haveria ter continuação debaixo da ponte ferroviária na descida para o Ribeiro de Santo Amaro. Aí, louvando o excelente trabalho da organização que cavou no solo autênticos degraus facilitando a descida, foi também possível apreciar, pela quantidade de componentes, um serpenteado humano de invulgar beleza. Para muitos, com o pormenor do varandim na ponte improvisada sobre o ribeiro, foi a parte do percurso mais entusiasmante.
A paisagem modificava-se nesta altura. O Rio Douro exibia-se mais perto. E, como que a retardar a viagem, deleitado, emprestava à paisagem o encanto dos grandes lagos.
A subida para a Quinta do Saião foi o último teste à resistência física dos caminhantes. O sol primaveril, fruto de "um tempo por encomenda”, tinha-se apossado completamente do dia... e o calor das horas, mais que no estômago, era sentido agora nas pernas.
Chegados ao alto, já nas fraldas do Monte Meão, o deslumbramento foi geral com a vista panorâmica que se estendia pela Veiga de Foz Côa. Um quadro demonstrativo da beleza de uma região com enormes potencialidades para um turismo de qualidade.
Para descida até ao local da merenda, o recinto junto à capela de Nossa Sra. da Veiga, elegeu-se o caminho mais curto e depressa se venceu a distancia, tal era a ansiedade de repartir as aventuras da caminhada com aqueles que ali se juntavam também para o convívio. Seguindo o mote das quadras alusivas que se encontram inscritas no recinto, houve quem ensaiasse a seguinte: «Nossa Senhora da Veiga / fez um milagre de monta / ao chegarmos do passeio / a comida estava pronta». Com graça, era o merecido agradecimento aos cozinheiros da Associação: Polido e Filho, Brilhante & Companhia.
Muitos grelhados e a tradicional sopa de cebola (sempre deliciosa) fizeram o complemento de um passeio que se quer repetido em cada ano. E porque não há festa sem música, um acordeonista alegrou o final do convívio tocando umas modinhas ao gosto popular.
Eram 16h40 quando o autocarro do Município de Foz Côa chegou às Mós. Voltaria novamente, ao Terreiro, para trazer de regresso a outra metade do grupo.
(1) Castelinho, Joaquim A. – Monografia Histórica de Mós do Douro
Chegados ao alto, já nas fraldas do Monte Meão, o deslumbramento foi geral com a vista panorâmica que se estendia pela Veiga de Foz Côa. Um quadro demonstrativo da beleza de uma região com enormes potencialidades para um turismo de qualidade.
Para descida até ao local da merenda, o recinto junto à capela de Nossa Sra. da Veiga, elegeu-se o caminho mais curto e depressa se venceu a distancia, tal era a ansiedade de repartir as aventuras da caminhada com aqueles que ali se juntavam também para o convívio. Seguindo o mote das quadras alusivas que se encontram inscritas no recinto, houve quem ensaiasse a seguinte: «Nossa Senhora da Veiga / fez um milagre de monta / ao chegarmos do passeio / a comida estava pronta». Com graça, era o merecido agradecimento aos cozinheiros da Associação: Polido e Filho, Brilhante & Companhia.
Muitos grelhados e a tradicional sopa de cebola (sempre deliciosa) fizeram o complemento de um passeio que se quer repetido em cada ano. E porque não há festa sem música, um acordeonista alegrou o final do convívio tocando umas modinhas ao gosto popular.
Eram 16h40 quando o autocarro do Município de Foz Côa chegou às Mós. Voltaria novamente, ao Terreiro, para trazer de regresso a outra metade do grupo.
(1) Castelinho, Joaquim A. – Monografia Histórica de Mós do Douro
Comments:
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É uma boa reportagem, porque é perfeita a simbiose entre o que dita o coração e a indispensável objectividade. Eficiente como sempre.
José Quadrado
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José Quadrado
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