08 novembro 2006

Postais das Mós (LIII e LIV)

(continuação)
"A cereacultura e criação de animais tinham importância fundamental na economia mosense. Os cereais mais cultivados eram: o centeio, as garrobas, a cevada e algum trigo. Haviam anos em que as terras cerealíferas produziam 20 alqueires por cada um de semente e noutros anos, não ia além de meia dúzia!
Para lavrar as terras utilizavam o arcaico arado radial. O mais antigo e o mais simples de todos, mas era, também, o mais leve e mais manejável dos arados e portanto o indicado para rasgar solos muitas vezes esqueléticos que requeriam lavras pouco profundas. Era também o mais fácil de transportar nos caminhos e carreiros ladeirentos. A esta melhor adaptabilidade juntava-se a barateza da sua construção e reparação e por isso, o mais acessível às fracas posses dos agricultores das Mós. Foram todas estas razões que permitiram que subrevivesse, competindo, durante anos a fio, com a moderna charrua. Mas a sua continuidade não resistiu ao estado de abandono a que, há décadas, chegou a nossa agricultura.
(continua)
José Gomes Quadrado

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