22 setembro 2020

Festa da Nossa Senhora da Soledade - Mós

Andreia Polido de Almeida

Festa da Nossa Senhora da Soledade - Mós
Infelizmente, este ano não poderá realizar-se a Festa da Nossa Senhora da Soledade como é hábito desde 1856! Escrevo um texto mais longo que o habitual nestas redes sociais, mas vou expressar o que sinto pela impossibilidade da realização da Festa das Mós.
As festividades em 2020 são interrompidas devido a uma pandemia mundial. Curiosamente, em 1855, as Mós (assim como em todo o país) foi assolada pela epidemia “cólera-morbus” ou febre-amarela, "acometendo dezenas e dezenas de habitantes, provocando a morte a uma em cada grupo de três pessoas infectadas. Em finais de Agosto, tomou um tal vulto a mortandade, que parecia que se havia de extinguir a vida humana na aldeia!"
Simbolicamente, no próximo Domingo, estaremos presentes na missa em honra da Nossa Senhora da Soledade e Lhe pediremos, tal como há 164 anos atrás, para que esta pandemia seja erradicada, que a resiliência e a esperança nos acompanhe nos próximos meses, de modo a sermos capazes de superar esta adversidade no percurso das nossas vidas e que em 2021 seja exequível a realização destas festividades tão aguardadas ao longo do ano.
Neste fim-de-semana, não será possível celebrar com a alegria de sempre, não poderemos abraçar entusiasticamente os que revisitam a terra que os viu nascer, não poderemos dançar e festejar madrugada dentro até o sol nascer, talvez não possamos orgulhosamente carregar em ombros o andor da Nossa Senhora...
Não poderemos realizar a inesquecível Volta ao Povo em que cada um de nós passa a ser um só, numa identidade colectiva que rareia nos tempos que correm.
Não poderemos seguir em recato até à Capela de Santo António e entrar no mítico Largo do Terreiro de modo efusivo, em plena confraternização com a Banda Musical e o seu empolgante concerto ao ar livre.
Não ouviremos o estalar dos foguetes em cada alvorada. A noite não será abrilhantada pelo magnífico fogo de artifício. Não nos iremos deleitar com os magnificentes espectáculos musicais e culturais.
Mas indubitavelmente seremos capazes de nos emocionar quando o nosso olhar encontrar o da Nossa Senhora, de ouvirmos sonoras gargalhadas pelo reencontro, de fazermos ecoar os nossos passos pelas calçadas da aldeia, de tornarmos vivas as memórias colectivas de outrora!
Vamos ser capazes de estar em comunhão, de nos unir como comunidade, de celebrar interiormente com o profundo sentimento de gratidão à Nossa Senhora da Soledade!
A seguir partilho um excerto de um texto (de José Gomes Quadrado) explicativo da razão pela qual nos dias de hoje somos devotos da excelsa Nossa Senhora da Soledade, pela qual o nosso coração pulsa e os nossos olhos lacrimejam sempre que A vemos. É inexplicável quais os sentimentos que percorrem o nosso ser quando, na sua barca (símbolo da saudade), Ela se encontra serena, com um olhar que nos apazigua e, simultaneamente, nos recorda do que já conseguimos vencer na vida com a Sua intercessão e nos transmite distinto vigor para continuarmos a nossa caminhada!
Nenhuma pandemia nos impossibilitará deste Amor incondicional à Nossa Senhora da Soledade!
Texto: Andreia Polido de Almeida
Fotos:
1. antiga imagem da N. Sra. da Soledade
2. actual imagem da N. Sra. da Soledade
Para rever reportagem das festas de 2018 e 2019:
https://www.facebook.com/festadasmos/
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"Em 1855, os habitantes das Mós viveram em função das mortes, numa atmosfera trágica, de sucessivos enterros, sempre de lágrimas nos olhos, chorando pelas dolorosas perdas de parentes e amigos. Poucas seriam as casas onde a epidemia não chegou, deixando em muitas delas o luto e o pesar pela morte de pessoas queridas.
Em finais de Agosto, como ficou dito, a epidemia atingiu o auge e (segundo a tradição) com a entrada do mês de Setembro, de um dia para o outro, a grande calamidade cessou, dando tréguas à pobre gente das Mós. Depois de cinco meses de tantas angústias, chegaram dias amenos daquele findar do Verão!
E porque este facto não podia explicar-se à luz da razão, a população atribuiu o fim de tão doloroso sofrimento a um milagre da Mãe do Salvador. Mas com que título deveriam passar a glorificá-la?
- Necessariamente - teria dito o Abade - deverá ser invocada nos seus mistérios mais profundos e mais dramáticos: Senhora dos Aflitos, Senhora das Angústias, Senhora da Soledade...
A comunidade mosense acabou por decidir que passaria a homenageá-la através do nome que a consagrara num dos trechos mais comoventes da sua passagem pela vida terrena, porque era o que melhor se ajustava à dor e ao estado de alma em que quase todos ficaram depois da procela: a amargura da soledade ou o estado de quem se sente só neste mundo ou irremediavelmente afastado e saudoso de pessoas muito queridas. Nesta conformidade, logo a partir do ano 1856, passaram a venerar a Senhora da Soledade não só na Semana da Paixão (por inerência), mas também no 3º domingo de Setembro.
Através duma colecta foram obtidos meios para encomendar a um santeiro aquela imagem, na qual o semblante esculpido espelha o pranto amargurado mas sereno de quem sabe que a morte física não é o fim, mas o princípio... Imagem assente num andor com a forma duma barca, simbolizando a saudade de todos e de cada um. E assim erguida, passou a participar na “Procissão da Noite”, no “Encontro” com a imagem do Senhor dos Passos, passando a ficar associada à cena mais comovente e culminante das cerimónias pascais nas Mós."

Comments:
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