21 janeiro 2009

Santa Bárbara - Capela e Miradouro


Santa Bárbara
Invocada contra as trovoadas e contra a morte súbita
A Santa Bárbara é atribuído preservar os seus devotos de morte repentina, naturalmente por alusão ao pai incrédulo que termina fulminado. Segundo os Livros de Horas pedia-se: “fazei Senhor, que, por intercessão de Santa Bárbara, obtenhamos receber, antes da morte, o Sacramento do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Por isso é a Santa representada muitas vezes segurando um cibório encimado pela Hóstia. É também invocada contra as trovoadas, com a seguinte oração:
Santa Bárbara bendita, Que no céu está escrita, Com raminho de agua benta, Livrai-nos desta tormenta. Santa Bárbara bendita Se vestiu e se calçou, Ao caminho se deitou, Jesus Cristo encontrou E Ele lhe perguntou: -Onde vais Bárbara? -Vou amarrar a trovoada, Que no Céu anda espalhada. -Bota-a p´ra bem longe, Onde não haja sinos a tocar,
Galos a cantar, E meninos a chorar. Nem raminhos de oliveira Nem pão, nem vinho, Nem flor de rosmaninho, Nem mulheres com meninos Nem vacas com bezerrinhos, Nem gadinhos de lã, Nem bafinho de alma cristã. Mas haja uma serpente, com 24 filhos a olhar sem ter nada que lhes dar, Só água de trovão, E leite de maldição.
É padroeira dos fogueteiros e fabricantes de fogo de artifício, dos mineiros que lidam com explosivos e, devido à torre onde estava prisioneira, dos encarcerados e também dos pedreiros e arquitectos. É também padroeira dos sineiros, dos tecelões e chapeleiros.
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O miradouro de Santa Bárbara, 
é local obrigatório para quem visita as Mós _________________________________________________________________________

fozcoajer.fotos

A paleta do silêncio
De Santa Bárbara
vê-se o sol a escorregar
pelo fio do horizonte
e cair qual gota de orvalho
nas margens do silêncio
É um silêncio raro e perfeito
povoado de vazio e de luz
aquele que se sente
aqui
no cume da serra
Fugidias sombras correm
pelas giestas e carrascos
como cães esfaimados
em busca
de uma furtiva perdiz

Quando as cores do poente
se derramam
pelo leito refulgente do Douro
o rio de xisto
que veste as terras de tons ocres
embebeda-me os sentidos
e inebria-me de prazer
É com essa paleta
e nessas águas subterrâneas
que crio novas simetrias

V. Solteiro, Mós (do Douro), 2004
(a arquitectura das palavras)

Comments:
Que belas fotografias. Também guardo algumas no meu album, das vistas transmontanas, do miradouro, do miramós, de tudo o que se vê no horizonte até o olhar perder de vista. Certa noite de Verão subi à Santa Bárbara, numa noite sem luar, e a conselho dado me deitei naquele banco, de papo pró ar, e então arregalei bem os olhos às estrelas.

Abraço
 
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