15 junho 2006

Postais das Mós (XI e XII)

(continuação)
" Ao entrar na primeira povoação, foi dar com uma mulher, junto à porta de casa, agarrando com grande afã uma cesta de asa, nos preparos de quem atira com alguma coisa para a rua. Ao vê-la assim tão afadigada, o nosso jovem perguntou-lhe o que estava a fazer, e ela, ofegante, respondeu:
- Nem imagina a minha consumição! Em chegando o fim da tarde, pranta-se-me uma escuridão cá dentro de casa, que não sou senhora de fazer coisíssima nenhuma! Passo tempos infinitos neste fadário, e não há meio de avantar com esta escuridão p'ró meio da rua!
- Olhe, sabe por que não vê bem agora dentro de casa? É porque chegou a altura de acender a candeia. Acenda-a e verá que já pode continuar com a lida da casa."
(continua)
(J.G.Quadrado)

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